16.6.05

Os Panos da Mama África

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Desenho de um Escravo Tatuado

Homem afro-brasileiro pousa
para o desenhista alemão
Johann Moritz Rugendas
(1802-1858).




a história vive
NOS PANOS DA COSTA...
em memória aos escravos da
Província de Sergipe do século XIX

Ai, que desespero!
Moçoila arrancada,
Negra atrapalhada,
Gêge afumentada.

Bêsta de servente
Em Sergipe amparada
Com pano enrolado
Bem acima da testa.

Antônio o noviço,
A voz de façeiro,
Sonha com levantes
Em seu coração.

Quadrinhos alinhados,
Na pele bordados,
É certa indicação:
Bicho rebeldão!

O dia do encontro
É pura ideologia,
Sem marcas nem vias,
Nem horas ou dias...

Ponto final!
Nem nunca...
Nem nada...
Nem Jamais...


Estas singelas linhas foram escritas por mim, Paul Beppler, em Seattle, Washington, Estados Unidos da América, em setembro de 2003, brevemente após a leitura e ainda sob a inspiração do seguinte paper do Dr. Luiz Mott: O Escravo nos Anúncios de Jornal de Sergipe.


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2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

quanta sensibilidade e delicadeza no seu belo poema sobre os negros escravos fugidos de Sergipe del Rey! jamais um trabalho meu de pesquisa foi cantado em verso, e com versos tão belos. Mande o texto para algum jornal de Aracaju que certamente o movimento negro local vai adorar essa sua louvação aos afro-sergipanos.
Abraço amigo, Luiz Mott, Bahia

18/6/05 15:54  
Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

3/11/05 03:49  

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